Recriando o timbre do Dimebag (Pantera)

Está ai uma coisa que a UNESCO deveria declarar como patrimônio da humanidade: O timbre de guitarra do Dimebag.          
                                                                            
O som de sua Dean sempre foi algo icônico, muito agressivo, parecia uma arma de destruição em massa.

No inicio ele usava amplificadores Randall transistorizados (não era válvula)


Veja que é o Randall RG100ES



Atualmente é um amplificador raro, a Randall parou sua fabricação ainda nos anos 80, o RG100ES é um amplificador transistorizado com altíssimo ganho, útil apenas para metal. Este Amp foi usado em vários álbuns do Pantera. O limpo é ruim e artificial, é um amplificador que responde apenas para distorções extremas e faz isto muitíssimo bem.

Posteriormente passou a utilizar amplificadores Kranker, mas deste foi endorser , fica complicado saber até que ponto a escolha não foi influenciada comercialmente.
O importante é que são amplificadores de alto ganho.

A MXR tentou recriar o som do Randall com o pedal  MXR Dime Distortion DD11 

É um ótimo pedal, ele possui um botão SCOOP que “escava” a região dos médios deixando o som mais “seco” sem destruir os harmônicos.

 “Como conseguir o Timbre do Dimebag?

Uma estratégia simples é usar o MXR Dime Distortion DD11 para timbrar um amplificador de alto ganho e caprichar na equalização. Isto mesmo, simples e sem muita frescura.

 Vamos ver isto virtualmente no Guitar RIG

Equipamento Físico
Simulação no Guitar Rig
Distorção
MXR Dime Distortion DD11 
Demon Distortion
Amp de alto ganho
Bogner Uberschall
Ultrasonic
Caixas
Caixas 4x12 Marshall
4x12 UK 80s
Microfone
shure SM 57
Dynamic 57
O resto é equalização

O Guitar Rig não utiliza os nomes originais dos equipamentos por questões de patentes, por isto estes nomes genéricos: Demon Distortion, Ultrasonic, 4x12 UK 80s e Dynamic 57”




Quer ouvir o resultado da brincadeira?


Para que a simulação ficasse bem honesta, usei uma guitarra strato condor com captadores simples.  A guitarra não tem influencia direta no timbre simulado, qualquer outra guitarra vai apenas melhorar o timbre.




Palhetada Correta




Nesta matéria não vamos entrar na polêmica de postura da mão direita, posição da palheta, etc. Vamos ver a relação entre o sentido da palhetada e a figura rítmica dentro de um contexto em uma frase.

Um erro comum entre vários iniciantes é adotar a palhetada alternada como regra absoluta desconsiderando a divisão rítmica de uma frase.

Para entendermos melhor vamos associar a palhetada(baixo e cima) à manulação de um baterista:
E = Esquerda     D= Direita 



Veja um simples toque na caixa em semicolcheias:


Note que temos uma sequencia de (direita, esquerda, direita, esquerda, direita, esquerda...)

Agora vamos eliminar a segunda nota da semicolcheia


Note que o padrão mudou (direita, direita, esquerda, direita, direita, esquerda..)

“Mas é dica de guitarra ou bateria ?”

Na guitarra o raciocínio é o mesmo, a diferença é que um baterista mesmo iniciante sabe a importância da teoria musical, e a grande maioria dos  guitarristas quando começam a aprender acham que teoria deve ser deixado para depois, ai começa a pegar uns vícios que irão atrapalhar muito em seu aprendizado.

Veja como fica a mesma divisão rítmica na guitarra



Veja um simples grupo de semicolcheias com palhetada alternada.


Note o padrão (baixo, cima, baixo, cima, baixo, cima..)

Agora vamos eliminar a segunda nota da semicolcheia


Note que assim como na bateria, o padrão mudou (baixo, baixo, cima, baixo, baixo, cima...)

Isto é a famosa cavalgada, tão comum em bandas de power metal, é muito mais fácil tocar desta forma do que simplesmente sair alternado.

“Então isto é um regra absoluta?”

Como toda a regra tem uma exceção, esta não é diferente, em alguns casos é mais interessante palhetar tudo para baixo para conseguir riffs com um som mais uniforme, claro que não em semicolheias em altos andamentos.  

Por exemplo:

Master of Puppets  (Metallica)


O riff é feito com todas as palhetadas para baixo (claro que não por ignorância do James) mas sim para ter um som mais conciso e uniforme.

“Estudo avançado sobre o assunto:”

Se você já é mais experiente, veja como o Paul Gilbert consegue fazer aqueles arpejos com saltos na velocidade da luz.


A principio parece a pior forma de palhetar, mas ele faz desta forma, e realmente é a melhor forma, pois mesmo sobre os ligados você vai manter o movimento alternado na mão direita.


Além do sentido da palhetada é muito importante e questão da dinâmica e acentuação, mas já é uma assunto para uma próxima matéria.

“Ah!, mas e o sweep?”

Com sweep sobre escalas você pode ganhar velocidade, mas perde definição (palavras do Paul Gilbert), note notas que todas as frases com sweep para ficarem limpas e acentuadas corretamente, devem ser muito bem treinadas separadamente, se você sair "sweepando" tudo é muito grande a chance de você nem sabe mais onde é a cabeça do tempo.

Claro que vai do estilo de cada guitarrista, o Frank Gambale faz sweep sobre pentas e escalas com maestria.

Mas se você está iniciando saiba que é muito mais difícil tocar de forma rápida e limpa fazendo sweep. Não adianta tocar rápido e deixar tudo embolado, você só vai estar se enganando.